Durante três dias, a Arena Café & Tecnologia apresentou produtos e serviços com novidades em nanotecnologia, IA e focados na gestão das propriedades.

A Alta Café tem se consolidado como um dos principais eventos de cafeicultura do país, não somente pela exposição de produtos e serviços, mas também pela difusão de conhecimentos e tecnologias voltadas ao setor.
Uma das novidades da edição deste ano foi a criação da Arena Café & Tecnologia, em que empresas e startups palestraram e expuseram soluções que prometem transformar o trabalho no campo com mais eficiência, sustentabilidade e inteligência.
É o caso, por exemplo da empresa Nano Boost, de Franca, que apresentou um adubo foliar nanotecnológico no estado sólido. Com apenas 1 quilo do produto, é possível preparar 100 mil litros de calda para combater fungos como a ferrugem do café. Segundo o CEO Eduardo Nassar, a tecnologia permite economia logística, facilidade de armazenamento e alta eficiência. Além da agricultura, a empresa já desenvolve soluções para a pecuária, como produtos para tratar mastite e verrugas bovinas.

Na mesma toada de nanotecnologia, a empresa Krilltech, do grupo Casa Brugue, trouxe para a Alta Café um produto desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília e a EMBRAPA, à base de nanotecnologia verde. Aplicado no período de pré-florada do café, o produto atua como um sinalizador fisiológico, que transforma a luz ultravioleta em luz azul, intensificando a fotossíntese das plantas — mesmo em dias nublados.
Segundo o especialista de validação agronômica da empresa, Lucas Garcia, “em uma fazenda mineira, a produção saltou de 38 para 47 sacas por hectare. Outros produtores registraram incrementos de até 20%”. O produto também está sendo testado em outras culturas e pode ser adicionado à calda de pulverização.
Inteligência Artificial permeando os cafezais brasileiros
Imagina poder fazer um diário da gestão de uma propriedade rural e essas informações se transformarem em dados que vão ajudar as futuras gerações a resolverem problemas da fazenda daqui 10, 15 anos.
É o que promete a Z Coffee Connection que apresentou seu sistema que unirá os dados que serão imputados pelo usuário com dados da Inteligência Artificial. Na sucessão familiar, a nova geração terá praticamente um consultor personalizado sobre o que o avô ou o pai fizeram ao longo dos anos, as soluções que encontrou, os produtos que usou.
“Nossa empresa nasceu com o objetivo de preservar o legado das fazendas familiares. A startup oferece uma plataforma que organiza dados sobre produção, manejo, problemas e soluções históricas da propriedade. A proposta é facilitar a transição entre gerações, fornecendo ao sucessor uma base de conhecimento acumulado”, explica o jovem empreendedor João Pedro Vizel, CEO da empresa.

Já a empresa Hope KPHE desenvolveu um equipamento que utiliza IA para automatizar a classificação de grãos de café. O processo, que antes era feito manualmente por classificadores, agora pode ser realizado em cinco minutos, com mais precisão e padronização.
O equipamento analisa defeitos como pedras, paus e imperfeições nos grãos, fornecendo um relatório completo com valoração da amostra. “A inteligência artificial aprende com o classificador e executa a tarefa com rapidez e eficiência, eliminando falhas humanas”, explica Gustavo Valio, CEO da empresa.

Outra função da Inteligência Artificial foi apresentada pela empresa Green Growth IA, de Viçosa/MG. Luis Fernando de Oliveira, CEO da empresa, conta que utiliza drones para fazer um mapeamento das fazendas e através das imagens coletadas e uso de Inteligência Artificial, é possível entregar diferentes informações ao cafeicultor.
“Captamos as imagens por drones com sensor multispectral, que conseguem fazer apontamentos detalhados de uma plantação”, explica.

Já a RV Agroambiental apresentou um equipamento que utiliza IA também para classificar grãos de café. A tecnologia fornece dados e pontuações baseadas no Sistema de Classificação de Café (CSA) ou critérios personalizados pelos clientes, otimizando a análise e a tomada de decisão.
Análises em tempo real com tecnologia espacial
A empresa Sucroanalítica trouxe para o agro uma tecnologia desenvolvida inicialmente pela NASA para análise de solos. Utilizando sensores de infravermelho, o equipamento analisa frutos, folhas e solo, medindo parâmetros como teores d eumidade, fibras e nutrientes — tudo em 15 segundos, via aplicativo no smartphone.
“A tecnologia começou na cana-de-açúcar, mas hoje já está presente no café, milho e soja. Com o mesmo aparelho, o produtor pode analisar diferentes culturas e detectar carências nutricionais ou excessos com precisão laboratorial”, afirma Elder Zuza, químico e fundador da empresa. Os equipamentos podem ser adquiridos ou alugados, com suporte técnico e treinamento incluso.
Gestão da fazenda cada vez mais aprimorada
A CONAG Agrosoluções trouxe para a Alta Café um sistema 100% web voltado para a gestão completa de propriedades rurais. O destaque na feira foi o lançamento de um módulo voltado à gestão financeira e contábil da pessoa física do produtor rural. Com módulos que abrangem desde o controle de insumos e colheita até gestão de frota, RH e obrigações fiscais, o ERP oferece integração com SEFAZ, geração automática de relatórios e dashboards estratégicos. “O objetivo é tornar a administração rural mais inteligente, conectada e rentável, com alto grau de personalização e suporte técnico especializado”, conta Gustavo Belizario, sócio da empresa.

Neste segmento de gestão de recursos, a Raks Tecnologia, de Porto Alegre/RS, atua no manejo da irrigação. Vinícius Muller, sócio da empresa, explica que é instalado um equipamento na propriedade capaz de gerar dados sobre a umidade do solo em tempo real, gerando informações que serão analisadas pela equipe de agronomia da Rask. “Nosso contato com o cliente é constante para validarmos o procedimento de irrigação durante todo o ciclo produtivo. Nosso papel é ajudar na economia de água, não deixando faltar e nem sobrar para que as plantas possam alcançar o seu máximo produtivo”.

Já a TRAG Seguro Agroclimático ajuda o produtor rural a proteger o seu bolso. A empresa oferece um seguro paramétrico que cobre cafeicultores contra eventos climáticos adversos, como seca e chuvas irregulares. “Fazemos uma simulação do risco climático da propriedade utilizando dados pluviométricos históricos desde a década de 1980, antes da contratação do seguro. O produtor pode contratar o seguro de forma personalizada, de acordo com os períodos mais críticos indicados na análise”, explica Luca Ludovice, da equipe de operações e comercial da TRAG.
Com a presença de empresas inovadoras, a Alta Café confirmou que a transformação digital do campo já está acontecendo e veio para facilitar o dia a dia também dos cafeicultores.
Sobre a Alta Café
A Feira Alta Café é promovida pela AEAGRO e pelo Sindicato Rural de Franca. É um evento focado no setor cafeeiro, recebendo expositores e visitantes que tem interesse em apresentar e conhecer novidades, além de fazerem negócios.
A edição 2025 é patrocinada pela Jacto Máquinas Agrícolas, Sicoob Credimogiana, Dedeagro e Banco do Brasil.
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