Compostos orgânicos transformados pela empresa melhoram a retenção de umidade, nutrem o solo de forma contínua e promovem a qualidade e sustentabilidade da produção de café na Alta Mogiana.

Na região da Alta Mogiana, uma das mais tradicionais produtoras de café do estado de São Paulo, uma empresa está promovendo uma verdadeira revolução no campo. A Campos Solo, sediada em Franca, aposta na economia circular como motor da sustentabilidade agrícola ao transformar resíduos de esgoto em compostos orgânicos de alto valor agronômico.

Com mais de duas décadas de atuação e raízes em iniciativas de reflorestamento e transporte de resíduos de estações de tratamento de esgoto (ETE), a Campos Solo identificou uma lacuna no processo: o destino final dos resíduos urbanos. “Percebemos que esses materiais, muitas vezes descartados em aterros, podiam ser fonte rica de nutrientes para o solo”, explica Milton Pucci, engenheiro agrônomo e responsável técnico da empresa.

O processo começa com o resíduo sólido resultante do tratamento de esgoto, que é enviado em carretas para a área licenciada da Campos Solo. Ali, o material recebe tratamento e passa por um processo de compostagem 100% biológico, sem aditivos químicos. A ação dos microrganismos transforma o resíduo em composto orgânico, pronto para revitalizar os solos agrícolas.

Mais do que um adubo, o produto final age como condicionador do solo. “Funciona como uma esponja junto à raiz do café: retém a umidade, mesmo em períodos de estiagem, e libera os nutrientes aos poucos, garantindo nutrição contínua”, destaca Milton.

A iniciativa tem encontrado forte adesão entre os cafeicultores da região, que vêm utilizando práticas de agricultura regenerativa e orgânica, reduzindo o uso de defensivos e herbicidas. Para esses produtores, a adoção de compostos orgânicos tornou-se uma estratégia diante das incertezas climáticas e da necessidade de manter a produtividade.

Além dos benefícios agronômicos, a atuação da Campos Solo contribui diretamente para a gestão ambiental, oferecendo uma solução para resíduos que, de outra forma, teriam destino em aterros sanitários. “Somos quase uma extensão das operadoras de saneamento. Elas retiram a carga orgânica da água, e nós damos novo propósito a esse resíduo, reintegrando-o ao ciclo de nutrientes da natureza”, conclui Milton.

 

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